domingo, 24 de setembro de 2017

Motorista que levou PM até local onde jogador da seleção de hóquei foi morto é preso em SP

Polícia apura eventual participação do condutor no crime. Policial militar foi preso após confessar execução.

Matheus (esq.) foi morto pelo policial Jarbas (dir.) em São Vicente, SP (Foto: Arquivo Pessoal)
A polícia prendeu o motorista de um aplicativo que transportou o policial militar Jarbas Colferai Neto, de 23 anos, até o local da execução do jogador da seleção brasileira de hóquei Matheus Garcia Vasconcelos Alves, de 24 anos, em São Vicente, no litoral de São Paulo. O condutor pode ter participação no crime.
Matheus foi baleado na nuca, na noite de segunda-feira (18). Ele foi encontrado ainda com vida na Rua Nicolau Guirão Perez, no Centro da cidade, e levado às pressas ao Hospital Municipal, mas não resistiu aos ferimentos. Na mão dele, havia um carregador de celular, mas o aparelho não foi encontrado pela polícia.
O pedido de prisão temporária de 30 dias foi atendido pela Justiça na sexta-feira (22). No entendimento do juiz Rodrigo Barbosa Sales, a partir da investigação da polícia, o motorista ainda oculta informações que podem elucidar o ocorrido. A execução foi flagrada por câmeras de monitoramento.
Segundo a polícia, a arma utilizada no crime e o moletom que o policial vestia ficaram com o motorista, que escondeu o material. Os objetos não foram encontrados. A ordem de prisão foi cumprida no mesmo dia que decretada pela Justiça por policiais do 1º Distrito Policial de São Vicente, por onde acontecem as investigações.

Matheus Garcia representou o país no exterior; ele morreu em uma emboscada (Foto: Arquivo Pessoal)

O crime
A execução foi motivada por ciúmes, uma vez que Jarbas desconfiava o envolvimento da namorada, com quem mantém um relacionamento há quatro anos e tem um filho, com o atleta. Entretanto, a polícia verificou que não houve qualquer traição e que o policial fantasiou a situação, que terminou com o crime.
"Ele [Jarbas] confessou e deu muitos detalhes da ação. Alegou uma motivação passional, disse que a vítima perseguia a companheira dele. Por conta disso, no entendimento dele, ele fez o que fez", explicou o delegado Carlos Schneider. A vítima e a jovem, namorada do policial, eram amigos, segundo a polícia.
Para a emboscada, os investigadores apuraram que o PM criou um perfil em uma rede social e se passou pela jovem. O policial manteve conversas constantes com a vítima, durante seis meses, e finalmente conseguiu convencê-la de um encontro. O local escolhido era a casa de uma suposta prima, em São Vicente.
Foram necessárias 12h para que o crime fosse elucidado, com auxílio de imagens de câmeras. Jarbas está lotado no batalhão da PM na cidade e foi preso pelo próprio comandante, antes de ser levado à delegacia. Contra ele há um processo de exoneração, já que é investigado por envolvimento com o tráfico de drogas.

Matheus Garcia Vasconcelos Alves foi morto com um tiro na nuca (Foto: Arquivo Pessoal)



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