segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Caso Aldeia: esposa e filho de cardiologista vão a júri popular

Restos mortais do médico foram encontrados esquartejados e parcialmente carbonizados no fundo de um poço no residencial de luxo onde a família morava
Família vivia em um condomínio de luxo em Aldeia. Foto: Facebook/Reprodução
Na foto, médico ao lado da esposa e do filho acusados de matá-lo. Foto: Facebook/Reprodução
Os dois acusados de matar o médico Denirson Paes da Silva, a esposa e o filho da vítima, serão levados a júri popular. Jussara Rodrigues da Silva Paes, 55, e Danilo Paes Rodrigues, 23, vão ser julgados por homicídio e ocultação de cadáver. A decisão de pronúncia do processo, publicada nesta segunda-feira (11), foi da juíza Marília Falcone Gomes Lócio, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Camaragibe. O cardiologista foi encontrado esquartejado e parcialmente carbonizado dentro de um poço no residencial de luxo onde a família morava em Aldeia, Camaragibe, em maio do ano passado. O julgamento ainda não tem data marcada.
De acordo com o Tribunal de Justiça, com relação às qualificadoras dos crimes – motivo torpe, por meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima – apresentadas na denúncia do Ministério Público, a magistrada decidiu que caberá ao Conselho de Sentença deliberar sobre o caso. Em decisão, também foram mantidas a prisão preventiva da ré, que está na Colônia Penal Feminina do Recife, e a liberdade provisória do réu.
Ainda de acordo com a denúncia, o crime foi motivado porque a esposa não aceitava o término do relacionamento com a vítima, bem como por interesse patrimonial. Após intimação das partes, defesa e acusação terão até cinco dias para apresentação do rol de testemunhas, além da possibilidade de anexar documentos à ação e requerer diligências.
Relembre o caso
O corpo de Denirson foi localizado durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão solicitado pela delegada Carmen Lúcia Andrade, que investigava o caso. O cadáver, achado esquartejado foi jogado em um poço de 25 metros de profundidade nas proximidades da residência da família. No local, também foi jogada uma grande quantidade de areia, metralha e cloro, o que foi feito, segundo a polícia, com a intenção de dificultar a localização do cadáver e disfarçar o cheiro do corpo em decomposição. Apesar de vários fragmentos do corpo terem sido retirados do poço, a família de Denirson, que mora no interior da Bahia, contratou os serviços de uma empresa privada para vasculhar o local em busca de outras partes do cadáver.
Denirson Paes era cardiologista e trabalhou em grandes unidades de saúde do Recife, como os hospitais Getúlio Vargas, das Clínicas, do Exército e o Procape, referência em doenças do coração no estado. Além de formado em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ele também se graduou em direito pela Uninassau. O médico e a esposa nasceram na cidade de Campo Alegre de Lourdes, no interior da Bahia.
Pouco antes de ser morto, Denirson havia, segundo o pai do médico, anunciado que queria se separar de Jussara. O casal tinha viagem marcada para os Estados Unidos em junho e, no dia 30 de maio, o médico cancelou o passeio. No mesmo dia, ligou para o consultório particular onde atendia e avisou que manteria os atendimentos marcados para o período de folga. Essa foi a última vez que o cardiologista manteve contato com alguém. No dia seguinte, segundo a esposa, ele desapareceu.
Somente no dia 20 de junho, Jussara Paes registrou queixa sobre o desaparecimento do marido na Delegacia de Camaragibe. Durante o período, amigos, clínicas e laboratórios para os quais o médico prestava serviço utilizaram as redes sociais buscando informações sobre o paradeiro de Denirson Paes.
No boletim de ocorrência, a esposa da vítima chegou a dizer que ele poderia ter viajado para os Estados Unidos sem ela e, em seguida, partido para a Rússia para ver os jogos da Copa do Mundo. Ainda no depoimento, ela confirmou que o marido foi visto pela última vez no dia 31 de maio. Na verificação feita pala polícia nas imagens do circuito interno do condomínio, foi verificado que o médico não saiu do local.
OP9

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