O percentual de casos de covid-19 em menores de 19 anos no ABC aumentou desde a volta às aulas presenciais, entre maio e junho deste ano. Levantamento feito pelas prefeituras da região, a pedido do RD (exceto Santo André e Rio Grande da Serra, que não responderam), mostra que a doença atinge sim os bem mais jovens, e chega a 9.796 casos registrados, 1.020 diagnosticados somente após o retorno às salas de aula.
Ao todo são 12 menores mortos por covid-19 no ABC, quatro deles somente nos últimos dois meses. Em São Bernardo, os 4.929 doentes nesta faixa etária correspondiam a 6,38% de todos os casos na cidade desde o início da pandemia até agora. Entre maio e junho deste ano foram 432 casos, o que representa 9,03% do total de casos no mesmo período.
Em Diadema, onde as aulas nas escolas públicas ainda não voltaram, apenas nos colégios particulares, o percentual de infectados também aumentou. Abaixo dos 18 anos, foram 1.459 infectados até agora, o que corresponde a 5,49% do total, mas se considerados somente maio e junho os 149 casos confirmados fazem essa faixa etária corresponder a 6,48% de todos os infectados neste mesmo intervalo de tempo.
Das cinco cidades, apenas Ribeirão Pires não registrou mortes de menores de 18 anos desde o início da pandemia. São Bernardo e Mauá tiveram duas mortes cada, somente nos últimos dois meses.
Santo André não respondeu ao questionamento da reportagem. O município liberou o retorno das aulas presenciais na rede municipal de ensino. Apesar disso, pais e responsáveis de alunos matriculados em Emeiefs (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) estão amedrontados com a retomada das aulas, uma vez que pelo menos 11 escolas municipais da cidade registraram casos de covid-19.
Esta semana a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou o uso da vacina Pfizer em adolescentes a partir dos 12 anos de idade e o Ministério da Saúde já estuda como imunizar esse público, mas destaca que, no momento, a prioridade é vacinar os maiores de 18 anos.
O médico pneumologista e professor na Faculdade de Medicina do ABC, Elie Fiss, defende que toda a população seja vacinada, porém os menores devem ficar mesmo por último no calendário, porque a letalidade dos casos é menor nesta faixa de idade. “Entre os mais jovens é onde a gente vê menos formas graves, mas existem. Mesmo que liberasse a vacinação para esse público, pela idade ainda demoraria muito tempo. Na faixa dos mais jovens têm menos casos graves, mas tem, ela simplesmente vai ser uma das últimas, mas todos devem ser vacinados dentro de um escalonamento”, pondera o especialista.
JORNAL REPÓRTER DIÁRIO
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