sábado, 13 de fevereiro de 2021

Em Manaus, mortes por Covid nos dez primeiros dias de fevereiro têm aumento de 65% em relação ao mesmo período de janeiro

 Nos primeiros dez dias de janeiro, a capital registrou 270 óbitos em decorrência da doença. Em fevereiro, no mesmo período, foram contabilizados 448 mortes.

Coveiros carregam caixão, no dia 17 de janeiro, de Jailton de Meneses, 43, que morreu de Covid-19 em Manaus, no cemitério Parque Tarumã. — Foto: Bruno Kelly/Reuters

As mortes por Covid-19 nos dez primeiros dias de fevereiro em Manaus tiveram um aumento de 65,92% em relação ao mesmo período de janeiro. Entre 1º e 10 de janeiro, a capital registrou 270 óbitos em decorrência da doença, enquanto em fevereiro foram contabilizados 448.

Para chegar ao número, o G1 analisou os dados referentes apenas às mortes diárias de pessoas que já apresentavam confirmação para a Covid, com base nos boletins epidemiológicos divulgados pela Fundação de Vigilância e Saúde do Amazonas (FVS-AM).

Além de janeiro, também foi feita uma comparação com dezembro de 2020. O último mês do ano passado registrou apenas 37 mortes diárias nos dez primeiros dias - comparado com fevereiro o aumento foi de 1.110%.

O Amazonas vive um novo surto de Covid-19. Desde o final de 2020, o estado voltou a registrar uma alta no número de casos, internações e óbitos por complicações da doença. Manaus é, até o momento, a cidade mais afetada. Dos 290.049 casos confirmados no Amazonas até esta quinta-feira (11), 132.610 foram registrados na capital (45,72%), que tem 6.764 óbitos.

Óbitos por Covid-19 em Manaus nos 10 primeiros dias de cada mês
Total de mortesdezembrojaneirofevereiroDia 1Dia 2Dia 3Dia 4Dia 5Dia 6Dia 7Dia 8Dia 9Dia 10010203040506070
Fonte: FVS-AM

Já em relação às internações, fevereiro apresentou uma redução em relação à janeiro. Nos dez primeiros dias de 2021, foram 1.737 pessoas internadas na capital. Já agora, nos dez primeiros dias de fevereiro, foram apenas 1.057 internados. A redução foi de 39%.

G1 questionou a Secretaria de Saúde do Amazonas (SES-AM) sobre o aumento no número de óbitos nos dez primeiros dias de fevereiro e aguarda resposta. Vale lembrar, no entanto, que em todos pronunciamentos recentes, tanto o governador do estado, Wilson Lima, como o secretário de saúde Marcellus Câmpelo falam em estabilidade.

No dia 5 de fevereiro, o governador Wilson Lima fez uma live para anunciar a flexibilização em algumas medidas restritivas de circulação diante de uma "desaceleração" na ocorrência de casos Covid-19 no estado. Segundo o secretário de saúde, Marcellus Campêlo, apesar da taxa de ocupação dos hospitais do Estado estar acima de 90%, havia uma tendência de queda nos números.

Na reportagem abaixo, entenda a crise de saúde que Manaus vive há meses e o que tem sido feito na capital do Amazonas. Assista:

Amazonas vive colapso na saúde há meses; 270 pessoas aguardam por leitos em Manaus

Amazonas vive colapso na saúde há meses; 270 pessoas aguardam por leitos em Manaus

Crise começou no final de 2020

O Amazonas começou a viver um novo aumento de casos, internações e óbitos pela Covid-19 logo após o Natal. Com o aumento de mortes, o governo voltou a instalar câmaras frigoríficas nos principais hospitais de Manaus. As estruturas foram montadas, pela primeira vez, em abril, após o colapso nos sistemas de saúde e funerário do estado Mas, com o agravamento da pandemia o estado entrou na fase roxa de classificação. O Governo voltou atrás e determinou, novamente, o fechamento imediato dos serviços e um toque de recolher de 19h às 6h, para evitar a circulação de pessoas. Dez dias depois, a restrição foi ampliada para 24h.

No dia 8 de fevereiro, o Governo reduziu o toque de recolher apenas para o período noturno e permitiu a retomada de alguns setores do comércio, como, o de alimentos, no sistema de delivery. A medida vence no domingo (14).

O estado também sofreu colapso no sistema de abastecimento de oxigênio e vários hospitais chegaram a ficar sem o insumo, que é primordial para auxiliar pessoas acometidas com a doença. A crise na saúde pública do Amazonas também levou o governo a transferir pacientes para outros estados. A medida visa desafogar o fluxo nos hospitais da capital que, inclusive, tem fila de espera por leitos de UTI.

Enterros de vítimas de Covid-19 na manhã desta quarta-feira (6), no cemitério Nossa Senhora Aparecida em Manaus (AM) — Foto: Sandro Pereira/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Enterros de vítimas de Covid-19 na manhã desta quarta-feira (6), no cemitério Nossa Senhora Aparecida em Manaus (AM) — Foto: Sandro Pereira/Fotoarena/Estadão Conteúdo

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